Cuidados com os clichês
Existe uma frase muito utilizada no mundo corporativo que já virou clichê: "Não se pode gerenciar aquilo que não se mede". Sempre ouvi que essa frase foi dita por William Edward Deming, embora não possa afirmar com certeza se foi ele quem a proferiu. No entanto, é inegável que essa citação é amplamente utilizada nas empresas.
Micro e pequenas empresas
Atualmente, dispomos de milhares de ferramentas que podem ser usadas para gerar gráficos e analisar dados de forma rápida e eficiente. No entanto, o Excel ainda é a principal ferramenta de análise utilizada pelas empresas, especialmente quando se trata de micro e pequenas empresas. No Brasil, por exemplo, o faturamento é um dos critérios utilizados para classificar o porte das empresas de acordo com a Lei Complementar nº 123/2006, que institui o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.
De acordo com essa lei, as empresas são classificadas da seguinte forma:
- Microempresa (ME): possui receita bruta anual de até R$ 360.000,00.
- Empresa de Pequeno Porte (EPP): possui receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00.
É importante ressaltar que o faturamento não indica necessariamente que a empresa possui recursos disponíveis para investir em aplicações avançadas para mensurar seus resultados. Muitas vezes, empresas nessa faixa de faturamento recorrem ao Excel ou a softwares similares para realizar essa tarefa.
Todo cuidado é pouco
No entanto, surge a pergunta: realmente é necessário utilizar softwares para mensurar os resultados?
Embora o uso de softwares seja indispensável devido ao crescente volume de dados nas empresas, supor que apenas essas ferramentas são suficientes para gerenciar e medir os resultados é um equívoco.
O dinamismo do mundo corporativo
O mundo corporativo é dinâmico, e, portanto, os indicadores de desempenho também devem ser dinâmicos. Além das análises proporcionadas pelos softwares, ainda é necessário utilizar indicadores pontuais e métodos manuais. Pequenos desvios no processo podem acarretar grandes perdas e redução na lucratividade. Portanto, é fundamental que os gestores estejam atentos a esses indicadores e possam realizar análises mais detalhadas e específicas quando necessário.
Software ainda não substitui o conhecimento
Os softwares podem fornecer dados valiosos e auxiliar no monitoramento de resultados, mas eles não substituem a interpretação humana e o conhecimento dos gestores. É importante lembrar que as ferramentas são apenas recursos que facilitam o processo de análise, mas a tomada de decisões estratégicas ainda depende do conhecimento e experiência dos profissionais envolvidos.
A combinação de indicadores é essencial
Medir os resultados é essencial para o gerenciamento eficaz de uma empresa. Embora os softwares sejam importantes e necessários devido à quantidade de dados que precisamos lidar atualmente, não devemos negligenciar o uso de indicadores pontuais e análises manuais. A combinação dessas abordagens permitirá uma visão mais abrangente e a identificação de desvios críticos que podem impactar a lucratividade e o sucesso geral da empresa. Portanto, é fundamental buscar um equilíbrio entre o uso de ferramentas tecnológicas e a expertise humana na busca por resultados consistentes e sustentáveis.
Além da importância de utilizar tanto softwares quanto indicadores pontuais, é essencial estabelecer metas e objetivos claros para a empresa. Essas metas podem variar de acordo com cada organização e seus setores de atuação. Por exemplo, uma empresa pode ter como objetivo aumentar sua participação de mercado, enquanto outra pode focar na redução de custos operacionais. Independentemente do objetivo escolhido, é crucial definir indicadores que permitam monitorar o progresso em direção a essas metas.
Ao escolher os indicadores adequados, é fundamental considerar a relevância e a especificidade de cada um. Indicadores genéricos podem fornecer uma visão superficial dos resultados, enquanto indicadores mais específicos e alinhados aos objetivos da empresa oferecem informações mais valiosas e acionáveis.
A medição de resultados deve permear por toda organização
Além disso, é importante estabelecer uma cultura de medição e acompanhamento dos resultados em toda a organização. Isso envolve educar e capacitar os colaboradores para entender a importância dos indicadores e como utilizá-los para impulsionar o desempenho individual e coletivo. Quando todos na empresa compreendem a relevância da mensuração dos resultados, é mais fácil obter engajamento e comprometimento em relação ao processo.
A frequência das medições
Outro aspecto a ser considerado é a frequência de análise dos indicadores. Dependendo da natureza do negócio e dos objetivos estabelecidos, a periodicidade das análises pode variar. Algumas empresas optam por realizar análises diárias ou semanais, enquanto outras preferem avaliações mensais ou trimestrais. O importante é encontrar um ritmo que permita identificar tendências, problemas ou oportunidades de forma oportuna, permitindo a implementação de ações corretivas ou estratégicas.
Para concluir
Medir os resultados é fundamental para um eficaz gerenciamento empresarial. Embora softwares e ferramentas tecnológicas sejam importantes para lidar com o grande volume de dados, é essencial não negligenciar a utilização de indicadores pontuais e análises manuais. A combinação dessas abordagens proporciona uma visão abrangente e aprofundada dos resultados, permitindo tomar decisões embasadas e estratégicas.
Portanto, para uma gestão eficiente, é necessário estabelecer metas claras, escolher indicadores relevantes e específicos, promover uma cultura de medição e acompanhamento, e definir a frequência adequada de análises. Somente assim será possível mensurar os resultados de forma eficaz e impulsionar o crescimento e sucesso da empresa.
Lembre-se
Hoje melhor que ontem e amanhã melhor que hoje

Meu nome é Kleber Furlani sou formado em engenharia mecânica com pós-graduação em gestão de projetos e processos organizacionais. Possuo mais de 30 anos em manufatura e mais de 20 anos em gestão Lean, gestão de processos e gestão do conhecimento. Trabalho para que pessoas e empresas usufruam de todo potencial das técnicas da engenharia de produção.