Como aprendemos?
Os números abaixo posso afirmar que não são precisos e tão pouco exatos, pois não há como medir a individualidade. Porém, é uma referência aceitável, pois foram extraídos da pirâmide de Glasser ou Cone de Glasser ou piramide de aprendizagem. Há controvérsias sobre os números, mas não há como negar perante a experiência que a melhor forma de aprender é ensinar e fazer. Tomemos como exemplo o processo de dirigir um carro. Quando estamos estudando os sinais de trânsito, os pedais, alavancas de acionamento e assim por diante não há como sair dirigindo um carro, mas quando nos sentamos no banco do motorista e começamos a colocar em prática o que foi ensinado começamos a aperfeiçoar o processo continuamente. E esse fato é incontestável em qualquer atividade.
Segundo a pirâmide de aprendizagem de Glasser o percentual de retenção no processo de aprendizagem e, portanto, em melhoria dá-se da seguinte forma:
10% do que leem;
20% do que ouvem;
30% do que veem;
50% do que ouvem e usam;
70% do que dizem;
90% do que dizem e fazem.
Um pouco do nosso trabalho
Tomemos como exemplo uma parte do trabalho da Furlani – Educação continuada e consultoria.
Trabalhamos sempre com base no conhecimento acadêmico e prática, portanto não nos limitamos a dizer haver um único caminho a ser seguido.
Para contextualizar, trabalhamos com base no sistema Toyota de produção ou comumente chamado de Lean.
Conceitos são fundamentais rótulos não
É fato que desde a publicação do livro “A máquina que mudou o mundo” houve uma tentativa de rotular o sistema Toyota de produção com 5 princípios (Definição de valor, estabelecer o fluxo de valor, trabalhar com o sistema puxado de produção e buscar a perfeição) e a eliminação sistemática de 7 categorias de desperdícios (Superprodução, estoques, movimentações, esperas, transportes, processos inadequados e defeitos) na cadeia de valor utilizando as ferramentas “Lean” (kanban, gestão visual, trabalho padronizado, SMED, 5s, nivelamento da produção, mapeamento do fluxo de valor, layout lean, Poka-Yoke, manutenção autônoma etc).
Intenção não é o bastante
Não é raro encontrar empresas bem-intencionadas que querem “ser Lean” o problema é: como ser Lean?
Aí podemos afirmar que não existe uma receita pronta ou um framework como muitos imaginam. O que existe são nortes muito bem fundamentados por especialistas e pelo maravilhoso mundo acadêmico. Nesse sentido, é fundamental que aqueles que querem tornar uma empresa enxuta, estudem e façam análises críticas sobre o que está estudando e apliquem na prática o que aprenderam. Há cursos que podem ser um bom motor de arranque para o início da jornada de eliminação de desperdícios. Lembrando que a Furlani dispõe esses cursos tanto na forma online e presenciais além dos combos que incluem horas de mentoria e consultoria híbrida.
Além de cursar as disciplinas necessárias é necessário a pesquisa que pode ser feita de diversos modos, desde a compra de livros como pesquisas no Google acadêmico, YouTube, redes sociais e outros meios.
O sistema Toyota de produção é a base
O sistema Toyota de produção é tão magnifico que não há um dia sequer em que a Toyota não melhore algo, portanto continuam aperfeiçoando como a Toyota “faz as coisas”, portanto não é possível copiar o sistema Toyota de produção, porque o sistema Toyota de produção pertence à Toyota. O sistema Toyota nos dá, uma base espetacular para uma empresa criar o seu próprio sistema de produção e por essa razão foi citado no início do texto os percentuais de retenção.
Nenhum início é fácil
Taichi Ohno considerado o pai da produção enxuta, começou o trabalho de eliminação de desperdícios diretamente no Genba [^3]: ou Gemba como queira chamar o local onde é criado valor para o cliente final.
Imagine se no pós-guerra haviam clichês e empacotamentos de ferramentas para aplicação. Não, claro que não e foi assim, fazendo que Ohno iniciou o que ele mesmo disse em seu livro publicado em 1997 com o título “O sistema Toyota de produção. Além da produção em larga escala”. [^1]:
“Tudo o que estamos fazendo é olhar a linha do tempo do momento que o freguês nos entrega um pedido até o ponto em que recebemos o dinheiro. E estamos reduzindo essa linha do tempo removendo os desperdícios que não agregam valor.”
Com base nessa premissa fica claro que não é um caminho fácil, muito pelo contrário é um caminho árduo que requer muita disciplina, resiliência, conhecimento, estudo, acertos e erros e esse último é uma das formas que tanto a ciência quanto o sistema Toyota de produção adotam para chegar a uma conclusão. Não uma conclusão definitiva, mas uma conclusão aceitável e benéfica para todos e todos podemos afirmar a sociedade.
Experimente aplicar as premissas do sistema Toyota de produção em sua vida pessoal, você perceberá que eliminará uma série de desperdícios em sua cadeia de valor e será bem mais produtivo.
Mas lembre-se. Nada tem um fim.
Toda resposta é o início de uma nova pergunta.
Hoje melhor que ontem e amanhã melhor que hoje. Isso é melhoria contínua.
[^1Ohno, Taiichi. O sistema Toyota de produção. Além da produção em larga escala. 1ª ed., Bookman, 1997.]
[^2Repetição de uma palavra ou conceito, sendo seu uso correto em casos cujo propósito é enfatizar ou intensificar o que está sendo dito: “chorar um pranto”.]
[^3https://pt.wikipedia.org/wiki/Genba]

Meu nome é Kleber Furlani sou formado em engenharia mecânica com pós-graduação em gestão de projetos e processos organizacionais. Possuo mais de 30 anos em manufatura e mais de 20 anos em gestão Lean, gestão de processos e gestão do conhecimento. Trabalho para que pessoas e empresas usufruam de todo potencial das técnicas da engenharia de produção.